A violência doméstica é uma violação dos direitos humanos e que, de forma desproporcionada afeta mulheres. Assume-se como um problema social complexo e grave, exigindo que todos os intervenientes devam estar envolvidos e dotados do máximo de conhecimento acerca do fenómeno. Este tipo de crime apresenta um carácter reiterado, na qual são perpetradas várias formas de violência, sendo que em muitas situações esta se mantém oculta ou até mesmo por identificar até pela própria vítima. Neste sentido, torna-se imprescindível que todos percebam que nestas dinâmicas abusivas existe um padrão comum de comportamento que se reproduz de forma cíclica, bem como que existem estratégias utilizadas pelo agressor que visam manter a vítima sob um domínio de poder e controlo, tais como: isolamento relacional, o exercício de violência física e psicológica, a intimidação, o domínio económico, entre outros.
A violência contra a mulher no âmbito doméstico traz graves consequências à saúde das vítimas, alterando permanentemente sistemas cognitivos complexos devido aos elevados sintomas de transtornos mentais que interferem na forma como interpretam o mundo e levam o organismo a sair do estado de equilíbrio. A maioria das vítimas de violência doméstica de longo prazo desenvolve quadros crónicos e experiências dissociativas, o que pode explicar a falta de reação por parte das mesmas, talvez como mecanismo instintivo de defesa (imobilidade tónica). Resultados de nossas pesquisas demonstraram também que há uma interferência na capacidade de memorização e processamento mental, a capacidade mnésica fica comprometida, guardando capacidade limitada de informações, devido, sobretudo, a uma percepção focada no negativo. A violência doméstica exerce um impacto significativo na vida e saúde das suas vítimas e reveste-se como um grave problema de saúde pública, levantando a necessidade de criação de programas de prevenção e/ou intervenção de forma a proporcionar um apoio e intervenção mais efetiva às vítimas.
Licenciada em Psicologia da Saúde. Mestre em Psicologia Clínica e Doutoranda em Ciências Forenses, na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto na área de investigação da avaliação do risco em vítimas de violência nos relacionamentos íntimos.
Trabalha na APAV desde 2004, prestando apoio a vítimas de crime. Integra ainda a Rede de apoio a familiares e amigos de vítimas de homicídio e o grupo de Trabalho de Avaliação do Risco da APAV. Preletora em diversos seminários, conferências e workshops. Colabora pontualmente como professora convidada em aulas nos cursos de Psicologia e Criminologia. Formadora nas áreas da vitimação.
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Psicóloga, mestre, doutora e pós doutoranda pelo Departamento de Psiquiatria e Psicologia Médica da Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina - Unifesp pelo Prove.
Especialização em neuropsicologia e reabilitação cognitiva pela Unifesp. Especialização em violência pela USP e Fundação Oswaldo Cruz. Cursos de aprimoramento na área de neuropsicologia na IAEU - Instituto de Altos Estudos Universitários (Barcelona - Espanha). Pesquisadora, neuropsicóloga e coordenadora das pesquisas na área de neuropsicologia do Prove- Programa de Atendimento e Pesquisa em Violência - Unifesp. Co-orientadora de pesquisas na área da violência e neuropsicologia da UNIFESP/PROVE. Professora convidada da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Coordenadora de projetos de estimulação cognitiva para idosos. Professora do curso de psicopatologia e neurociências do CDN - Centro de Diagnóstico Neuropsicológico. Pesquisadora e coordenadora da neuropsicologia do CCBR Brasil - Centro de Pesquisa e Análises Clínicas Ltda, certificada pela ePharmaSolutions e pela Braquet (USA). Experiência na área hospitalar em atendimento neuropsicológico, clínico geral e reabilitação.
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